Tem uma casinha bem lá no alto do morro,
Tem janela sem tranca,
Tem porta aberta todo tempo,
Quem passa por lá
Sempre sossega na sombra
de uma arvore
e chega a cochilar.
Lá dentro da casinha não tem nada,
Mas tem a presença de tudo,
As paredes estão impregnadas de gratidão,
Amorosidade, humildade, quem mora lá
Recebe a todos com sorriso,
Gentileza, palavras sábias e diretas.
Ao anoitecer só se vê uma fumacinha
Subindo pela chaminé
Um cheirinho de alimento cozido,
No canto a dona da casa segura um terço, e
Com fé agradece ao Pai
Seus olhos brilham
Seu coração está em paz
A lamparina se apaga e a doce mulher
Agora desdobrada
Deixando seu corpo sobre a cama simples e arrumada
Viaja e livre do corpo experimenta a verdadeira liberdade
Junto a ela, seres carinhosos, gentis e amorosos a conduzem
A uma sala iluminada onde encontra seres adoentados,
Mentes perturbadas e ali essa simples mulher
Continua seu trabalho,
Que logo mais é interrompido pelo canto do galo,
Anunciando mais um dia,
A mulher corre a janela e deixa o sol entrar, radiante, e reinicia a rotina
E agradece a vida que tanto bem lhe traz.
psicografia – 02/04/2014