Permanecer em um local onde não existe quase nenhum estimulo ao consumo nos faz ponderar sobre nossas dependências da vida moderna, que nos faz escravos fazendo com que tenhamos necessidades de consumir cada vez mais, sem a mínima noção do quanto somos conduzidos pela massa, acreditando que quanto mais armazenamos – na verdade mais vazios estamos.
Como num passe de magica suas “pseudo-necessidades” se transformam em quase nada. Não é difícil viver com pouco, pelo contrario, dá uma sensação de liberdade.
Tudo aquilo pelo que você luta uma vida inteira se esvai, o desperdício, a negligencia.
pela natureza vai se depositando em sua alma em forma de frustrações, medos, insatisfações por não ter alcançado status, segurança financeira, bens como desejaria…
Afinal o que é civilização, senão o senso profundo do por que e para que vivemos,
os costumes, as tradições embotam de tal forma que confundimos, o que seja ser civilizado.
A vida simples desprovida de vaidades vai facilitando o desapego aos bens perecíveis
e pode nascer daí um sentimento de profunda gratidão por tudo que realmente precisamos para sobreviver, sobrando tempo para ser investido na sua qualidade de vida.
Qualidade não quer dizer quantidade.
Aprendendo a conviver com o mínimo fica muito mais fácil desprender-se no momento da passagem.
A única bagagem que se leva são os bens perduráveis: as aquisições na construção do caráter, na idealização de um projeto de vida que atravesse dimensões e continue eternidade afora.
Os objetos dos apegos ficarão para trás e poderão lhe torturar por muito tempo nas
regiões entre vidas.
Mesmo que tardio, é preciso fazer escolhas, por um tipo de vida em que os reinos sejam mais respeitados, não abusando e nem gastando as reservas de energia, canalizando-as para fins das necessidades básicas.
O verdadeiro valor de uma pessoa não está nas suas posses, mas naquilo que ela conseguiu deixar para trás.
Reduzindo suas despesas gerais, contribuindo para a manutenção e preservação das matérias primas do planeta.
Saia da competição da sociedade que valoriza o ter e não o ser, não se importe com as criticas e o julgamento alheio, posicione-se sem discussões ou disputas desnecessárias de pontos de vista, simplesmente aja segundo suas convicções.
Opte por um estilo de vida onde haja bom gosto, beleza, harmonia nos detalhes, limpeza, organização, disciplina, sem ostentação, e o fruto excedente de seu trabalho profissional pode ser revertido em alivio de sofrimento para aqueles que com o mínimo podem se tornar pessoas melhores.
por Ieda Garcia – 10 jan 2015